FOLÍCULO PILOSO

FOLÍCULO PILOSO

sexta-feira, 10 de janeiro de 2014

Calvície e a Célula Tronco


Mais informações sobre células tronco que podem ajudar no desenvolvimento de novos tratamentos para a calvície - Folículos pilosos e melhor entendimento sobre as vias de sinalização BMP e Wnt

Entender o mecanismo pelo qual um conjunto de células tronco se comporta é o tipo de conhecimento de grande valia para a ciência básica. Até porque, as ciências básicas oferecem substrato significativo para tudo o que pode vir um dia ser utilizado clinicamente nos cuidados com nossa saúde. Se o estudo de células tronco for realizado em uma estrutura que nos é de interesse (e aqui, falo sobre aqueles que são frequentadores desse blog e adoram novidades sobre os cabelos), melhor ainda. 
A equipe do Dr Krzysztof Kobielak, do laboratório de patologia da University of Southerm California (USC), publicou alguns artigos que descrevem mecanismos relacionados ao comportamento de células tronco da área do bulge dos folículos adultos e o seu papel na ativação ou na quiescência (manutenção do estado de repouso), dos ciclo de crescimento dos cabelos.
Para quem ainda não sabe, o bulge é uma região do folículo piloso onde existe um estoque de células tronco (até mesmo em adultos), que tem papel importante no controle do ciclo de crescimento dos cabelos.  
A ciência já reconhece a importância dessas células na regeneração da estrutura folicular, assim como elas tem uma importância grande na regeneração cutânea (a regeneração da pele por essas células dos folículos pilosos, em especial, é fundamental para a evolução de tratamentos de pacientes queimados ou com outras patologias que afetam a epiderme). 
Os estudos da equipe do Dr Kobielak, focado no entendimento dessas células tronco, observaram o comportamento de moléculas importantes para o controle do ciclo dos cabelos, as das vias sinalizadoras de Wnt e as das bone morphogenic proteins, conhecidas como BMPs. Os pesquisadores identificaram uma complexa rede de genes envolvidos no controle do ciclo de crescimento dos cabelos relacionados às vias sinalizadoras de Wnt e BMPs, em especial o gene Wnt7, que, se estiver inativado resulta em um cabelo com crescimento pífio. 
Os dados da pesquisa provaram que quando a sinalização das vias das BMPs está reduzida e a das vias de Wnt está aumentada há ativação do crescimento capilar. O contrário, aumento da atividade da sinalização de BMPs e redução da sinalização de Wnts, mantém o folículo em estágio de repouso. 
As proteínas Smad1 e Smad5, da via sinalizadora das BMPs, também foram foco de estudo dos pesquisadores que elucidaram seus comportamentos frente ao controle do ciclo capilar. 
A compreensão desses mecanismos, como eu costumo dizer nesse blog, e sempre que comento estudos que mostram avanços no entendimento do comportamento folicular via biologia molecular, é sempre muito bem vindo. Ainda assim, volto a afirmar que a compreensão global do controle do crescimento capilar é um quebra cabeça com muitas peças e que a cada dia cresce mais. Só nesse blog, (quem não encontrar no endereço atual www.blogtricologiamedica.com.br poderá encontrar no endereço antigo www.tricologiamedica.blogspot.com.br, até que venhamos a migrar todo o conteúdo para o blog novo), há uma vasta discussão de artigos sobre as novas descobertas da ciência básica que se complementam. 
É claro, como os autores afirmam, que esses estudos poderão vir a trazer benefícios e práticos para tratamentos clínicos no futuro. Sejam eles de queda capilar, sejam eles de problemas de pele. Mas creio que o caminho até eles ainda é de muito pesquisa, entendimentos e conclusões, antes de termos algo definitivo para os cuidados, em especial, com os cabelos. 
Espero que, em breve, muito breve mesmo, possamos ter notícias ainda mais alegres e esperançosas do que as apresentadas pela equipe do Dr Kobielak para aqueles que buscam um melhora ainda mais expressiva dessa ciência que a a tricologia. Afinal, não são apenas os que sofrem com a calvície e a perda capilar que esperam com ansiosos por mais evolução nessa área. De minha parte posso garantir que, cada estudo publicado, cada nova forma de olhar e entender a estrutura capilar como um todo, sua fisiologia e as maneiras de melhorar a performance e corrigir os problemas dos folículos pilosos, me deixam com os olhos brilhando, e me fazem acordar todos os dias com mais alegria e certeza de que faço o que gosto e de que cada paciente cuidado vale a pena. 
Referências:
Kobielak K, et al. Loss of a quiescent niche but not follicle stem cells in the absence of bone morphogenetic protein signaling. PNAS. 2007 Jun 12;104(24):10063-8. 
Kobielak K, et al. Competitive balance of intrabulge BMP/Wnt signaling reveals a robust gene network ruling stem cell homeostasis and cyclic activation. PNAS 2013 Jan 22;110(4):1351-6.
Kandyba E, Kobielak K. Wnt7b is an important intrinsic regulator of hair follicle stem cell homeostasis and hair follicle cycling. Stem Cells. 2013 Nov 13. doi: 10.1002/stem.1599
Kandyba E, Hazen VM, Kobielak A, Butler SJ, Kobielak K. Smad1&5 but not Smad8 establish stem cell quiescence which is critical to transform the premature hair follicle during morphogenesis towards the Postnatal State. Stem Cells. 2013 Sep 10. doi: 10.1002/stem.1548.
Kobielak K, Pasolli HA, Alonso L, Polak L, Fuchs E. Defining BMP functions in the hair follicle by conditional ablation of BMP receptor IA. J Cell Biol. 2003 Nov 10;163(3):609-23.

terça-feira, 7 de janeiro de 2014

Finasterida e a feminização do feto do sexo masculino??????????????

Mulheres x Finasterida: por que não tomar e a verdade sobre engravidar de um homem que usa

Como se sabe, a calvície é um problema que atinge não apenas os homens, mas também as mulheres. Num contexto global, estima-se que 25% delas sofrerão com a queda acentuada dos cabelos depois dos 30 anos de idade e que outros 50% a terão por volta dos 50 anos de idade, após a menopausa.
finasterida para mulheresÉ claro que, mesmo atingindo as mulheres em menor número do que os homens, o impacto da perda excessiva de cabelos no público feminino costuma ser muito maior e mais traumático do que no público masculino, pois, além de as madeixas serem uma marca da sua personalidade, as mulheres também as têm como um objeto de sedução.
Apesar de existirem aspectos diferentes entre a calvície feminina e a calvície masculina, há muitas mulheres que acabam buscando para o seu próprio uso alguns dos tratamentos a que os homens aderem no combate à calvície.
E, na maioria das vezes, até mesmo por desconhecerem as causas que estão desencadeando a sua alopecia, o resultado é que, em vez de atenuá-la, elas podem vir a agravá-la, além de provocar reações adversas à sua saúde.


finasterida propecia mulheres
Atualmente, entre os medicamentos mais utilizados pelos homens para o tratamento da calvície, está a finasterida, comercializada com os nomes de Proscar, Propecia e Finalop, entre outros. Trata-se de um princípio ativo voltado exclusivamente àqueles cuja calvície é de ordem hereditária, cientificamente chamada de “alopecia androgenética”.
A principal propriedade dessa medicação consiste em inibir a 5-alfa-redutase, uma enzima que converte a testosterona em dihidrotestosterona (DHT), hormônio responsável pela miniaturização dos folículos pilosos. Ou seja: inibindo-se a produção da enzima, diminui-se também a conversão de testosterona em DHT, evitando-se o enfraquecimento dos fios.
Assim como no público masculino, a herança genética da calvície também é determinante no público feminino. No entanto, apesar de a hereditariedade ser um elemento comum a ambos, o uso da finasterida não é recomendado para as mulheres em idade fértil, pois a absorção do remédio por mulheres grávidas pode provocar a malformação no feto do sexo masculino (anormalidades na genitália externa, feminização).
Mesmo em mulheres que já tenham dado à luz e que estejam apenas amamentando, o risco permanece, já que a finasterida pode estar presente no leite materno.

Engravidar de um homem que usa finasterida é um risco à formação do feto?

finasterida na gravidezMuitas mulheres ficam extremamente preocupadas quanto à possibilidade de engravidar do parceiro sexual que utiliza esse medicamento, pela possibilidade de efeitos indesejáveis. Essa preocupação advém do fato de que a finasterida é encontrada no sêmen de pacientes que utilizam a medicação.
Mesmo que em quantidades mínimas, ela teoricamente poderia entrar na corrente sanguínea da mãe por meio da absorção da mucosa vaginal após a relação sexual. Desta forma, mesmo não tomando a medicação, a mulher e – portanto – o feto estariam expostos à medicação.
Mesmo que seja uma possibilidade muito pequena e que não haja registros de consequências em filhos de pais que utilizam a finasterida, a orientação é para que se suspenda a medicação durante a gravidez.

“Os meus cabelos estão caindo muito! O que devo fazer, então?”

Na dúvida sobre como combater a calvície, a primeira coisa a ser feita é o agendamento da consulta com o médico da área, que é o dermatologista/tricologista. Somente o especialista será capaz de realizar uma correta avaliação do caso, verificando se há ou não a necessidade de solicitação de exames, diagnosticando o que está originando a excessiva perda de cabelo.
Portanto, nada de se automedicar!
Com o diagnóstico preciso, é o dermatologista/tricologista quem poderá indicar o tratamento mais adequado à paciente, cujos fios podem estar caindo em decorrência de disfunções hormonais, devido à deficiência de vitaminas ou, entre outras possibilidades, até mesmo devido às químicas aplicadas no cabelo.

Fonte Tricosalus