FOLÍCULO PILOSO

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terça-feira, 26 de novembro de 2013

CALVÍCIE E OS CHAPÉUS

Chapéus tem culpa no aparecimento da calvície?

Chapéus tem culpa no aparecimento da calvície?
13 de janeiro de 2012

Não é de hoje que chapéus são apresentados como possíveis causadores de calvície ou perda capilar. Muitos pacientes que chegam a minha clínica, em especial os homens, relatam o uso por muito tempo do boné em suas fases de adolescência e trazem essa informação na certeza de que este hábito contribuiu ou foi uma causa efetiva para o aparecimento da queda capilar. Mas será que podemos culpar os chapéus pela queda capilar?

Se analisarmos estatisticamente podemos afirmar que não, visto que vemos diariamente muita gente que não tem histórico de uso de chapéu e ainda assim desenvolve a calvície. Mas de onde vem este argumento de que o chapéu é um dos culpados pelo problema? Certamente desde muito tempo atrás. E lendo o livro Baldness - A Social History, encontrei informações de grande relevância sobre o mito do chapéu. Vamos então ver de onde vem essa antiga e importante crença que preocupa tantos calvos até os dias de hoje.

Em 1868, em uma revista de circulação médica, o Dr. A.F.A. King afirmou que o uso de chapéu era o grande culpado pela calvície. Sua explicação para o surgimento do problema em virtude do uso do chapéu vinha do comprometimento da circulação da cabeça que ficava reduzido pela compressão exercida pelo chapéu nas artérias que nutrem o couro cabeludo.

O Dr. King também foi o primeiro a sugerir uma solução para o problema, que estava relacionada à confecção dos chapéus. Estes deveriam provocar uma menor pressão do couro cabeludo na área onde passam os vasos sanguíneos mais importantes para a nutrição do couro cabeludo.

Pode até ser que a ideia do chapéu ser uma causa de calvície tenha surgido antes, mas foi o Dr. King quem postulou isso primeiramente em uma publicação científica. Após seu trabalho, muitos outros médicos e pesquisadores aderiram ao argumento e reforçaram o mesmo, uma vez que as regiões laterais e dorsal do couro cabeludo normalmente não são cobertas pelos chapéus e, consequentemente, não sofrem a compressão que faz com que os cabelos caiam.
No final do século 19, alguns pesquisadores afirmavam a presença de um fator hereditário como causa da queda capilar e utilizavam isso como uma forma de prevenir a calvície em descendentes de calvos. Porém, na grande maioria das vezes ainda davam uma importância relativamente alta ao uso do chapéu como desencadeador do processo. A orientação era: filhos de calvos devem evitar o uso de chapéus sob o risco de desenvolverem a calvície.

O uso de chapéus para alguns provoca maior sudorese e calor na área coberta, o que também era uma motivação para se acreditar na calvície provocada pelo uso desse acessório. Afinal, diziam os especialistas, por que a região da barba, sempre descoberta, não desenvolvia nenhum tipo de rarefação enquanto que o topo da cabeça sim?

O formato da cabeça também parecia ter relativa importância. Uma vez que os chapéus tinham uma forma só e sofriam mudanças no que diz respeito ao tamanho. Se fosse escolhido o tamanho ideal de chapéu para determinada cabeça, ainda assim, a eventual compressão dos vasos sanguíneos provocava calvície em muitos, porém deixava outros ilesos. A explicação estava, então, no formato da cabeça. Alguns pacientes, com a cabeça mais fina e consequentemente menos susceptível à compressão dos vasos estavam livres do risco de perder os cabelos pelo uso do chapéu.

Foi no final da segunda Guerra Mundial que as descobertas sobre a verdadeira motivação da calvície foram sendo definidas pelos pesquisadores e, portanto, o chapéu deixou de ser culpado pelo problema. Isso ficou explícito em 1946 em um artigo publicado no The New York Times, que afirmava que chapéus não tinham nada a ver com a perda de cabelos.

A partir deste momento as verdadeiras causas da queda capilar foram sendo cada vez melhor entendidas pelos pesquisadores, e os chapéus deixaram de ser apontados como culpados, como ocorria antes.

Ainda assim, parece existir no inconsciente coletivo da população, como um todo, uma preocupação muito grande com o uso do chapéu em pessoas com risco de desenvolver calvície.
Na minha avaliação médica entendo que o uso do chapéu pode sim agravar eventuais dermatites ou quadros de caspa, que evoluem de uma seborreia preexistente, em virtude do aumento do calor, produção de oleosidade e umidade que eles acabam provocando no couro cabeludo de quem os usa constantemente.

O mesmo vale para capacetes de motos. Quando agravam dermatites podem provocar quedas de cabelo por dermatite dependente, que, de certa forma, quando presente, agrava a calvície do paciente.
Porém essa predisposição à calvície ou a própria calvície em evolução devem estar presentes no couro cabeludo do paciente para que a dermatite induzida pelo uso do chapéu venha agravá-la. Do contrário, o chapéu não tem realmente nenhum motivo para causar a calvície.

Uma dica que dou a meus pacientes é manter sempre o couro cabeludo bem limpo e higienizado, e os chapéus, bonés, gorros ou capacetes também sempre limpos para evitar qualquer tipo de problema. No mais, todo e qualquer tipo de motivação para o aparecimento da calvície, como já se sabe, tem origem genética e hormonal.

Fonte: Dr. Ademir Junior

fONT

segunda-feira, 25 de novembro de 2013

IMPRIMIR CABELO?

 
 
 
 
segunda-feira, 25 de novembro de 2013

Wladimir Mironov - O homem que quer imprimir cabelo em carecas

A revista Info Exame desse mês trás uma matéria de capa interessantíssima. Fala sobre o trabalho do pesquisador russo Wladimir Mironov, um cientista que estuda bioimpressão e que tem como objetivo imprimir órgãos e tecidos humanos em 3D.
Mironov realiza parte de seu trabalho no Brasil, no Centro de Tecnologia e Informação (CTI), em Campinas, órgão ligado ao Ministério da Ciência.
A bioimpressão parte do princípio de que há a possibilidade de realizar a impressão, com tinta biológica formada por células vivas, de tecidos e órgãos para serem implantados no corpo. Inicialmente, num período de até uma década, o cientista acredita que conseguirá imprimir tecidos cartilaginosos. Até 2030, Mironov e o governo americano acreditam que poderão ser impressos órgãos completos.
Apesar de ser uma ideia que parece ficção científica, as bases para que essa tecnologia venha a se tornar realidade já são pesquisadas por Mironov há pelo menos duas décadas.
No próprio CTI, um braço robótico de quase dois metros de altura chamado Tamanduarm, pretende vir a ser utilizado para imprimir células diretamente no corpo de pacientes.
Tamanduarm
Mironov tem sua formação em medicina e trabalhou em institutos de pesquisa da Alemanha e Estados Unidos, incluindo uma empresa americana chamada Organovo, a primeira no mundo a criar uma máquina comercial capaz de imprimir tecidos biológicos.
Veja as imagens de como a tecnologia estudada por Wladimir Mironov poderá colaborar na criação de órgãos e tecidos para serem impressões antes de serem implantados ou diretamente impressos no corpo.
Além de imprimir órgãos o russo pretende criar um braço robótico para curar feridas com jatos de tinta viva e uma forma de eliminar a calvície imprimindo cabelo diretamente na pele.
Para os tratamentos de calvície, Mironov desenvolveu uma tecnologia chamada de Capilinser, cujo objetivo principal é prender células de cabelo no couro cabeludo. Utilizando o equipamento Tamanduarm (mostrado nesse post), os Capilinsers recheados de células dos folículos pilosos seriam colaboradores no desenvolvimento de estruturas foliculares novas e, consequentemente, novos fios de cabelos.
Estaria ai uma possibilidade para o futuro do tratamento da calvície? Pode ser que sim. A questão é que Wladimir Mironov acredita que em breve muitas de suas ideias possam ser viáveis e trazidas para a realidade de hospitais e clínicas para tratar pacientes com os mais variados problemas. A calvície seria uma delas.
Quer ler a matéria de Wladimir Mironov? Revista Info Exame de novembro de 2013. É a matéria da capa.
 
Blog  -  Tricologia Médica