FOLÍCULO PILOSO

FOLÍCULO PILOSO

domingo, 21 de outubro de 2012



Dicas sobre Cabelo


O pêlo é formado em uma estrutura chamada de folículo piloso. É como um tubo perpendicular à pele, dentro do qual o cabelo é fabricado. No fundo deste tubo está um grupo de células, chamado de raiz, onde o cabelo é constantemente formado e empurrado para cima. A haste do pêlo é formada por 3 partes, como se fosse um lápis. A parte mais interna é a medula, que corresponderia ao grafite do lápis. Depois vem a córtex, que corresponde a 95% do cabelo, seria a madeira do lápis e finalmente a cutícula do pêlo que seria o verniz que envolve o pêlo. Todas as três camadas é formada pela raiz.

A haste é praticamente formada pela córtex e é muito frágil e quebradiça. Quem dá consistência ao pêlo é a cutícula, que é uma membrana com aproximadamente 5 a 7 células de espessura. Uma cutícula íntegra gera um cabelo brilhante e lustroso. A perda da cutícula deixa o cabelo muito quebradiço e seco.

Anexo ao folículo piloso, que é o tubo que contém o cabelo, existe uma glândula sebácea, que produz uma substância oleosa, que ao desembocar no folículo piloso serve para lubrificar e dar defesas ao cabelo.

“UMA CUTÍCULA ÍNTEGRA E UMA SECREÇÃO SEBÁCEA NORMAL QUE MANTÉM O CABELO COM BOA APARÊNCIA, SAUDÁVEL E COM BRILHO. QUALQUER FATOR QUE ALTERE A CUTÍCULA OU A SECREÇÃO SEBÁCEA, ALTERARÁ A QUALIDADE DOS CABELOS”.

Um cabelo cresce em média 0,33 milímetros por dia. Isso significa que um fio de cabelo cresce em média 1 centímetro por mês, ou 12 cm por ano. Uma pessoa com cabelo com cerca de 60 cm, significa que o cabelo está crescendo há 5 anos.

Um fio de cabelo não cresce constantemente. Uma raiz produz cabelo durante 2 a 6 anos em média. Isso é determinado geneticamente. Após este tempo a raiz pára de produzir o pêlo, o pêlo entra numa fase de repouso que dura de 4 a 6 meses, período em que o pêlo não cresce. Após este tempo a raiz começa a produzir um novo pêlo que empurrará o velho para fora.

Em média uma pessoa substitui de 50 a 100 fios por dia, sem haver prejuízo na qualidade e quantidade total de cabelos.

Um cabelo longo, com aproximadamente 60 cm, significa que este cabelo está crescendo há 5 anos, ou seja cerca de 1800 dias. Se a pessoa lava os cabelos a cada 2 dias, estes cabelos foram lavados cerca de 900 vezes. Se ela escova ou penteia em média 15 vezes por dia, no final deste tempo terá manipulado os cabelos quase que 30.000 vezes. Isso pode causar um dano muito grande à cutícula.

Logo o cabelo fica áspero, perde o brilho, fica quebradiço e as pontas ficam lesadas, com pontas bifurcadas. Os cabelos ficando ásperos, ao penteá-los cria-se uma eletrostática o que torna os cabelos difíceis de pentear.

Quando a pessoa frequenta muito piscinas, o Sol, o mar, saunas, etc, é claro que esta situação tende a piorar muito.
No verão a pessoa lava muito mais, frequenta muito mais piscinas, mares, etc, por isso perde muito mais intensamente a lubrificação natural e a cutícula.

O Sol, ou melhor os raios ultravioleta, agridem a melanina, destruindo-a, por isso os cabelos quanto tomam muito Sol tende a ficar cada vez mais claros, pois perdem melanina, independente da cor. O uso de fotoprotetores capilares é aconselhado para evitar este clareamento.

Normalmente manipulações cosméticas como tingir, fazer permanente, alisar, etc, podem deixar os cabelos mais frágeis. Tingir é colocar um pigmento dentro da córtex. Descolorir é destruir a melanina. Alisar ou fazer permanente é mudar a estrutura da córtex. Note que todos estes procedimentos envolve a córtex, e para atingir a córtex é necessário atravessar a cutícula, daí a probabilidade de estrago à cutícula com danos em potencial aos cabelos.


História da Tricologia

O cabelo é muito importante socialmente ao ser humano. A partir de hoje darei vária dicas sobre tricologia, ou seja, estudo sobre cabelos. Entenderemos porque os cabelos caem, quais as principais doenças, como diagnosticar etc., porém primeiramente vou contar um pouco a história da tricologia:

HISTÓRICO:

Desde o início da humanidade o Homem tem se preocupado com seus cabelos. Além da proteção do crânio contra traumatismos e radiações solares, os cabelos desempenham um importante adorno sexual, por isso a veneração aos cabelos invadiu os impérios, a religião, a mitologia, a cultura, classes sociais e a ciência, logo sua perda afeta diretamente o âmago das pessoas. Em todas as culturas, em todos os tempos, os cabelos são adorados.

O Homem além de não gostar de ver sua própria imagem sem cabelos, também não consegue criar um deus sem cabelos. Avaliando todas as religiões e mitologias percebe-se que não existe um deus sem cabelos. Buda, cinco séculos antes de Cristo, ainda jovem, em um passeio encontrou um ancião, um enfermo e um cadáver, que lhe fizeram ver as misérias da humanidade. Contra a vontade do pai, abandonou o palácio, a luxúria, os prazeres, vestiu-se de andrajos e retirou-se para Urulviva. Sua expressão máxima como renúncia aos bens materiais foi cortar os seus cabelos.

Pode ser coincidência, porém, os grandes líderes mundiais como presidentes, quando escolhidos pelo povo, na esmagadora maioria nunca são calvos. Levantamento de 522 políticos de alto escalão, governadores e senadores, nos Estados Unidos, mostrou uma mínima percentagem de calvos. É provável que os eleitores não votem em pessoas calvas. Realmente é difícil ver um presidente de um pais calvo.
Inúmeras lendas, contos mitológicos e fábulas envolvem em suas estórias fantásticas a presença marcante dos cabelos. Assim ocorreu com Sansão personagem bíblica, um dos juízes de Israel, em sua luta contra os filisteus, narrada no Livro dos Juízes. Sansão revelou à Dalila que sua força residia em seus longos cabelos. Numa noite, enquanto ele dormia, ela os cortou, e Sansão perdeu sua força, ficando a mercê dos filisteus. Outra estória curiosa é de Rapunzel, personagem criada pelos irmãos Grimm, que ao ser presa em uma torre, jogava suas longas tranças para que sua guardiã subisse até ela. Outra estória que envolve os cabelos é a de Berenice rainha do Egito. Seu marido Ptolomeu Evergete estava em em uma missão militar na Síria. Berenice ansiosa pela volta de Ptolomeu prometeu a Vênus(Afrodite) os seus longos e belos cabelos. Ptolomeu ao voltar ficou irado com o gesto de sua esposa, principalmente quando soube que seu cabelo havia desaparecido do templo de Vênus. Porém só se acalmou quando o matemático e astrônomo Cônon de Samos lhe informou que os deuses haviam transformado a cabeleira de sua amada em estrelas. E lá no céu boreal, junto à Ursa Maior, encontramos a constelação “Coma Berenices” – Cabeleira de Berenice. Esta constelação foi cantada por Calímaco num poema.

Através dos tempos os cabelos fascinam toda humanidade e inúmeras fórmulas, poções mágicas, medicamentos exóticos e milagrosos, foram criados para a sua manutenção, embelezamento e o tratamento de sua perda.

Papiros egípcios com mais de 4000 anos, tais como Ebers e de Hearst, já citavam anatomia do couro cabeludo e fórmulas para a alopecia, como por exemplo mistura em partes iguais de gordura de leão, hipopótamo, crocodilo, ganso e cobra. Cleópatra já receitava para seu amado Júlio César, que era calvo, rato doméstico (nunca selvagem), dente de cavalo, gordura de urso e medula de veado. O egípcio Hakiem-El-Demagh, considerado o primeiro especialista em doenças do couro cabeludo, idealizou várias fórmulas para calvície. O próprio Hipócrates receitava massagens com láudano com óleo de rosas, de linho, ou de olivas verdes e, até urtiga com excremento de pombos para crescer cabelos.

Por toda a idade média vários medicamentos foram sugeridos para a calvície, inclusive urina de cachorro, poções dos mais variados animais, e infusões de inúmeros vegetais, e até rituais de exorcismo. Porém, uma fórmula que se tornou muito famosa, foi idealizada por volta do ano de 1.600 dC, era feita de várias plantas medicinais, vinho, semente de rabanete, bago de uva, óleo de linhaça, trigo, etc. Esta fórmula foi adotada na época pelo exército alemão, porém adicionaram saliva de cavalo como complemento. Enfim, em todos os tempos sempre houve preocupação com o tratamento dos cabelos, obviamente as portas foram abertas para a exploração comercial e não deixaram de existir os aproveitadores, charlatões, curiosos e inúmeras outras modalidades de promessas de cura para doenças capilares.

Dr Jose Marcos Pereira

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