por Irineu Franco Perpetuo
Foto: Fernando Gardinali
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Vista de longe, a calvície não deveria assustar. Afinal, fisiologicamente,
o cabelo quase não tem utilidade. A ausência de fios não prejudica ninguém
em termos de saúde. E gente calva por aí existe aos montes: todo mundo tem
um calvo como amigo ou parente; ídolos do esporte raspam periodicamente
a cabeça com orgulho; e há até uma marchinha de carnaval que proclama "ser
dos carecas que elas gostam mais". "O cabelo é uma espécie de cunhado inútil,
que apenas pede nutrientes ao organismo sem dar nada em troca", brinca Valcinir
Bedin, médico tricologista (especialista em pêlos) e presidente da Sociedade
Brasileira para Estudos do Cabelo (SP). "Ele tem uma função fisiológica
pequena: a proteção do couro cabeludo", completa. Mas a calvície
vem incomodando muita gente talvez pela freqüência com que ocorre. Estima-se
que 50% dos homens apresentam algum grau até os 50 anos. "Para certos
autores não seria doença, porque mesmo com incidência alta, ela não é
limitante. Contudo, segundo definição da Organização Mundial de Saúde
(OMS), saúde é o bem-estar biopsíquico e social do indivíduo. Ora, o calvo
não se sente bem socialmente", considera Bedin. "Acho que nenhum homem
gosta de ser careca", reforça Denise Steiner, diretora da Sociedade Brasileira
de Dermatologia de São Paulo e co-autora, com o tricologista, do livro
Viver bem com seu cabelo, Editora Kalys. "Há quem se conforme com a situação
e talvez alguns tenham até um certo charme. Mas percebo que, quando o
processo começa, independentemente das causas, o paciente lutaria, se
pudesse, para não ficar calvo."
Um
pouco sobre a calvície feminina |
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Embora menos freqüente e mais branda, a calvície costuma
ser um grande problema para a mulher. Ela não chega a perder totalmente
o cabelo, mas sente um impacto emocional muito mais forte do que o
homem. Felizmente, há soluções. Enquanto eles não podem usar medicamentos
que afetem o hormônio masculino, para elas administra-se um grupo
de drogas - chamadas antiandrógenos - para bloquear a ação destes
hormônios que, sabe-se, causam o problema. O tratamento geralmente
se dá à base de substâncias como a flutamida, a espironolactona ou
o acetato de ciproterona. |
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