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Por Cláudia Magalhães O aumento da expectativa de vida dos brasileiros em decorrência de vários fatores, entre os quais, com os avanços na medicina em geral e o controle de diversas doenças, trouxe para o centro da pauta de discussão as questões relativas ao envelhecimento. Uma dessas questões é o uso das células-tronco, que despontam como uma das tecnologias mais promissoras não apenas no combate de doenças degenerativas, como também na luta contra o envelhecimento.
Na área da saúde e da beleza, a tecnologia avançou bastante com os tratamentos que retardam o envelhecimento precoce e que prolongam a juventude. No entanto, as células-tronco são uma grande promessa no tratamento de doenças como vitiligo, bem como para o tratamento estético da pele. As pesquisas na dermatologia, neste momento, estão direcionadas para o tratamento da pele e dos cabelos, com a aplicação destas células-tronco no processo cicatricial, no rejuvenescimento, no tratamento das alopécias não cicatriciais e na terapia antitumoral cutânea.
Por ser o maior órgão do corpo humano, a pele tem sido alvo de interesse das pesquisas em função da quantidade e da facilidade de acesso. Isto é comprovado pelo fato de regiões como o bulge folicular, as glândulas sebáceas e a epiderme intra-folicular serem regiões muito ricas em células-tronco.
O nosso corpo tem mais de 200 tipos de células e as células-tronco originam-se de um embrião jovem que no desenvolvimento normal forma as três camadas germinativas distintas de um embrião mais maduro e todos os diferentes tecidos do corpo. Por isto, as células-tronco trazem a possibilidade de regenerar partes lesadas do nosso organismo. As mais versáteis são as células-tronco embrionárias, denominadas como TE e que guardam o potencial de produzir qualquer tipo de célula no organismo.
As pesquisas, no entanto, apontam para um novo método de coleta das células-tronco, com a transformação de células maduras da pele em células-tronco a partir de um processo chamado desdiferenciação. Os primeiros resultados apresentados pelos cientistas mostram que com o processo de desdiferenciação, é possível cicatrizar peles queimadas ou reparar doenças genéticas, tal como a epidermólise bolhosa (doença com bolhas e
conseqüentes feridas na pele).
Contra a calvície, durante um transplante de cabelo, existe a possibilidade do transplante das células-tronco presentes no bulbo capilar, um reservatório natural chamado bulge, permitindo assim o nascimento de cabelo onde antes já não mais havia qualquer probabilidade de novos fios de cabelo. A transformação de células da pele humana em células-tronco abre um caminho novo e importante para a substituição, bem como para a regeneração dos tecidos ou mesmo de órgãos afetados ou mesmo mal formados do nosso corpo.
Temos notícias de estudos sendo realizados no Japão, na Universidade de Kyoto, e nos Estados Unidos, na Universidade de Wisconsin. A equipe japonesa conseguiu criar uma linhagem de células-tronco a partir de 5.000 células. A equipe americana conseguiu reprogramar uma célula em 10.000. No Brasil foi divulgado um trabalho conduzido pelo Instituto Butantã (SP), apresentando uma nova técnica que reprograma células extraídas de dentes de leite, tornando-as capazes de criar qualquer célula ou tecido humano.
Por ser a grande promessa da dermatologia dos dias de hoje, o uso das células-tronco têm merecido atenção de médicos, pacientes, universidades e das diferentes sociedades médicas. A Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) vem se dedicando aos estudos para uso de células-tronco na dermatologia. O que foi apresentado até o momento, mostra que o procedimento é considerado simples, com a localização de um gene alterado, sua manipulação através das células-tronco e o reimplante, depois da obtenção da estrutura cutânea íntegra, de volta a própria pele do paciente. A ação é instantânea e sem efeitos colaterais, mas ainda não está disponível comercialmente no Brasil.
Tratamentos com células-tronco na dermatologia já são realizados na Europa e EUA com grande satisfação por parte dos pacientes. Mas o assunto ainda é controverso do ponto de vista cientifico e até mesmo religioso. O que é positivo é que o avanço da ciência ao longo da nossa história se deu a partir de controvérsias e de consensos! Sendo assim, dada a velocidade das pesquisas, certamente, em pouco tempo, essa nova tecnologia estará acessível a todos, permitindo o prolongamento da boa saúde das células e nos permitindo ter uma boa aparência por muito mais tempo.
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