- Técnicas de depilação duradoras, laser e fotodepilação diferem no tipo de luz utilizada para atingir a raiz do pelo e bloquear seu crescimento
TÉCNICAS NÃO SÃO DEFINITIVAS
Embora conhecidos como métodos definitivos para a eliminação de pelos, os médicos são unânimes ao afirmar que não se tratam de técnicas definitivas, mas progressivas. “O termo depilação definitiva, na prática, está errado, tanto para um método quanto para outro. Na maioria das pacientes observamos uma redução de 80 a 90% dos pelos, depois de seis ou oito sessões. Depois é suficiente uma sessão de manutenção a cada seis meses ou um ano – dependendo do caso e da técnica utilizada – mas é necessário porque novos pelos podem nascer. Porém os fios nunca mais serão grossos como antes”, justifica a dermatologista Vanessa Metz. “O organismo tem a capacidade de produzir novas raízes e bulbos que dão origem a novas hastes, que para serem eliminados precisarão de novas sessões, mas os 10 a 20% dos pelos que ficam se transformam em fios muito finos, como penugem”, completa a dermatologista Claudia Marçal.
“O laser é uma luz com feixe reto, focado especificamente para a célula alvo. A intensidade de sua onda atinge as células germinativas da raiz dos pelos, o que o torna mais eficaz, já que impossibilita durante muito tempo que o pelo nasça e cresça”, explica a dermatologista Vanessa Metz, do Rio de Janeiro, membro da Sociedade Brasileira e da Academia Americana de Dermatologia. Já a fotodepilação é feita com uma luz difusa, não tão específica. “Trata-se de um método realizado com luz pulsada de baixa intensidade, com vários comprimentos de onda, e outras luzes não-laser, que têm efeito de enfraquecer e debilitar o pelo e seu bulbo, mas não têm a capacidade real de destruir as células germinativas da raiz dos fios. Por isso a necessidade de manutenção nas áreas já depiladas é bem maior do que com o laser”, esclarece a dermatologista Claudia Marçal, de Campinas (SP). Em tempo: por se tratar de uma luz difusa, é recomendado que os pelos sejam raspados antes da sessão de fotodepilação, assim fica mais fácil direcionar a energia para a raiz dos pelos.
Tipo de pelo e de pele mais adequado a cada método
“Os pelos grisalhos, brancos, loiros e ruivos são muito resistentes ao tratamento de fotodepilação. A justificativa é simples: deve-se à total ausência de pigmentos escuros nestes tipos de pelos. Quanto maior o contraste entre a pele e o cabelo, melhor o resultado conseguido na remoção dos pelos”, esclarece a dermatologista Jozian Quental, de São Paulo, membro da Academia Americana de Dermatologia. O laser, no geral, é mais eficaz para todos os tipos de pele, mesmo assim em alguns casos pode ser necessário um número maior de sessões se os pelos forem muito finos, claros demais ou se a pele for mais morena ou bronzeada. “A fotodepilação, por sua vez, não deve ser feita nas peles muito morenas, mulatas ou negras, pois existe o risco de provocar manchas irreversíveis”, alerta Claudia Marçal. Para a médica Jozian Quental, o procedimento não pode ser realizado sobre a pele bronzeada. “Os melhores resultados dos tratamentos de fotodepilação são conseguidos com os cabelos escuros e a pele branca. Nos tratamentos aplicados em peles sensíveis ou demasiadamente escuras, pode haver queimaduras e cicatrizes”, afirma a dermatologista, que sugere uma abstinência de sol por pelo menos 15 dias antes do procedimento.
Duração dos resultados
Os resultados – tanto da depilação a laser quanto da fotodepilação – são relativos e variam dependendo do caso. “É muito individual e depende de algumas variáveis como, por exemplo, da região do corpo em questão, do tipo de laser empregado, da produção de hormônios, da cor da pele e da cor dos pelos”, diz Jozian Quental. “Em média, o bloqueio do nascimento dos pelos, retirado com laser, pode durar de três a cinco anos”, calcula Cláudia Marçal. Já, a estimativa de duração para a fotodepilação é de um ano, em média, sendo preciso considerar diversos fatores subjetivos, que tornam esse cálculo variável. Para a dermatologista Mônica Azulay, professora adjunta do departamento de dermatologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), esse prazo vai depender do aparelho utilizado para a remoção dos pelos. “No mercado encontramos aparelhos mais "fortes" e mais "fracos". Os mais fracos, normalmente, exigem mais sessões e implicam, muitas vezes, em uma redução de curto prazo dos pelos, ou seja, provocam apenas um retardamento no crescimento dos mesmos”, acredita a médica.
Pele negra: prós e contras das duas técnicas
Quando se trata de peles negras, é preciso muita cautela, pois o laser e a luz pulsada têm afinidade pela melanina do pelo, isto é, fios escuros atraem a energia; porém, quando a pele também é escura dificulta o processo e aumenta o risco de queimaduras e cicatrizes. “A luz pulsada pode ser utilizada em peles morenas, mas não é recomendada para as negras. O risco de queimadura é grande. Entretanto, se o profissional que faz o procedimento for um dermatologista ele vai saber tratar e lidar com as eventuais complicações. Já o laser de diodo é o método mais seguro para este tipo de pele”, explica a dermatologista Mônica Azulay. “O laser é mais seguro do que a luz pulsada, para as peles muito morenas e negras, por causa do comprimento de onda da luz pulsada. O laser é direcionado para a melanina da raiz do pelo e ajustamos o pulso do disparo para pulso longo e assim é possível proteger a pele mais escura. Já a luz pulsada não tem esse ajuste tão fino além de atingir a melanina da pele e outros alvos como hemoglobina também”, conclui Vanessa Metz.
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