FOLÍCULO PILOSO

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quinta-feira, 5 de setembro de 2013

CALVÍCIE (ALOPECIA ANDROGENÉTICA) - CONCEITOS ATUALIZADOS !!

Um dos motivos de maior procura para tratamentos de queda capilar tem como diagnóstico a alopecia androgenética, também conhecida como calvície. 
É frequente percebermos um grande número de publicações na mídia não especializada (leiga), que busca informar sobre o problemas, falando sobre causas, fatores associados, tratamentos, últimas novidades/tecnologias, mitos e verdades e demais informações variadas. Tudo em virtude da grande preocupação que o problema causa.
Frequentemente as publicações especializadas, revistas científicas da área da saúde, trazem nova luz a conhecimentos sobre a alopecia androgenética. Mas, como muito é publicado, fica difícil realmente saber o que é realmente importante para o médico e o paciente entre tantas publicações, uma vez que penso que o leitor que busca informações sobre o tema deve estar interessado em saber o que pode ser feito hoje para ajudar na preservação dos seus cabelos.
A última edição do periódico médico Indian Journal of Dermatology, Venereology and Leprology  (Set/Out 2013) resolveu abordar temas voltados à área capilar. Acabei encontrando nessa edição uma atualização de literatura interessante sobre a calvície genética escrita por F. Kaliyadan, A. Nambiar e S Vijayarahavan. 
Vale ressaltar que o artigo valoriza a importância do impacto psicoemocional da alopecia androgenética, uma vez que essa manifestação causa estresse importante e comprometimento da auto estima. 
Os autores reforçam a importância da fisiopatologia relacionada aos hormônios androgênios, em especial a atividade da diidrotestosterona (DHT), como agente de importância maior no processo de evolução do quadro, sendo este um estimulador da miniaturização folicular, que cursa com afinamento dos fios e consequente maior queda de cabelos. Apesar disso, não descarta o papel de outros androgênios como a deidroepiandrosterona, sulfato de deidroepiandrosterona, androstenediona e até mesmo a testosterona como agentes que podem ser transformados (convertidos) pela ação de enzimas em DHT e atuar no processo de evolução da calvície.
Um ponto de destaque que eu faço aqui é que agentes facilitadores da entrada desses hormônios nas células capilares (receptores de membrana), assim como uma maior concentração da atividade das enzimas que transforma androgênios em DHT são motivos que justificam, por exemplo, não encontrarmos alterações desses hormônios no sangue dos pacientes e, ainda assim, termos pacientes evoluindo para calvície. 
Os autores também comentam a importância de outros fatores químicos, como os fatores de crescimento, que podem interferir no processo Quando há menor produção de algumas dessas substâncias, em especial o fator de crescimento insulínico (IGF-1), fator de crescimento fibroblástico básico (b-FGF), Fator de crescimento do endotélio vascular (VEGF), a fase de crescimento dos cabelos (anágena), é descontinuada e o folículo entra em fase catágena, fase que precede a fase de queda capilar, conhecida como telógena. 
O aumento da expressão de outras substâncias como  e citocinas como o fator de crescimento transformados Beta 1 (TGF Beta 1), Interleucina 1 alfa (IL-1 alfa), fator de necrose tumoral alfa (TNF alfa), promove morte das células da matriz dos cabelos, também facilitando a passagem de folículos em fase de crescimento para a fase de queda. 
Uma atividade celular relacionada à uma substância conhecida como catenina Wnt/beta, que via de regra mantém o folículo em atividade, pode ser influenciada negativamente pela ligação de androgênios com receptores desses androgênios nas células foliculares. Isso, de certa forma pode favorecer a evolução do quadro de alopecia. 
Com conhecimentos como esses, o profissional médico tem ferramentas importantes para atuar nos cuidados com os pacientes que sofrem com o problema. Acredito que no futuro, novas possibilidades e conhecimentos facilitarão o aparecimento de medicamentos ou substâncias que poderão ter utilidade prática na clínica capilar. Porém, o que temos hoje já são ferramentas interessantes para os cuidados e manutenção dos cabelos de quem sofre com alopecia androgenética.
 

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