Recorrentemente o tema de suplementos nutricionais utilizados em quedas capilares acabam sendo discutidos pela mídia em geral.
Conhecidos
como nutricosméticos, esses produtos hoje estão cada vez mais presentes
em gôndolas de farmácias prometendo redução da queda capilar e
fortalecimento dos cabelos.
Mas
o que há de verdade nisso? Podemos responsabilizar suplementos
nutricionais pelo controle das quedas de cabelos nas suas mais variadas
apresentações e causas? Podemos apostar que eles são eficientes o
suficiente para substituírem medicamentos e outros tratamentos médicos ou tricológicos?O que apresentarei nesse texto visa responder essas questões e deixar claro e evidente o quanto podemos colocar de expectativa em produtos cuja composição apresenta aminoácidos, proteínas, minerais, anti oxidantes e vitaminas, quando estamos diante de quedas de cabelos de qualquer gravidade.
Não tenho dúvidas de que o uso de nutricosméticos sejam eficientes para, por exemplo, fortalecer os cabelos. Há uma vasta quantidade de artigos científicos que provam esse fato e que demonstram que determinados ativos ou composições de nutricosméticos melhoraram a saúde do folículo piloso (raís do cabelo), e consequentemente a qualidade dos fios.
Porém, no que diz respeito ao controle da queda, isso acaba sendo muito dependente da causa do problema. Em se
tratando de uma queda capilar cuja causa seja um déficit nutricional,
ocorra após uma dieta rigorosa, em virtude estados de saúde que alterem a
absorção de nutrientes (infecções do aparelho digestivo, uso de
antibióticos), ou após uma cirurgia de aparelho digestivo (bariátrica ou
não), os nutricosméticos poderão ajudar.
Pacientes com estilo de vida muito desorganizado e com elevada produção de radicais livres (estresse oxidativo) também poderão observar melhora da queda estresse dependente após iniciarem o uso desses suplementos.
Mas eu não os vejo como solução para todos os tipos de queda.
Pacientes com estilo de vida muito desorganizado e com elevada produção de radicais livres (estresse oxidativo) também poderão observar melhora da queda estresse dependente após iniciarem o uso desses suplementos.
Mas eu não os vejo como solução para todos os tipos de queda.
Na
grande maioria das vezes vejo esses suplementos como complementares aos
tratamentos capilares. Conseguem engrossar os fios e fortalecê-los,
podem até melhorar o crescimento dos cabelos e controlar de forma
limitada a queda, mas não fazem milagres.
Não
os vejo como produtos em que se deva apostar todas as fichas pois hoje
temos a compreensão de que as causas de queda de cabelos são variadas e
amplas. Deixar de pesquisar fatores causais em qualquer paciente com
queda capilar em virtude de iniciar a utilizar um nutricosmético pode
ter dois desdobramentos. Primeiro: o paciente perde tempo com um produto
que não age diretamente na causa e, esse tempo pode ser valioso para
ele. Segundo: o resultado abaixo do esperado com o uso de um produto
como esses (porque não foi feita uma avaliação causal - diagnóstico), de
fato acaba por queimar o produto que, em outras situações, poderia ser
de grande utilidade.
O
próprio nome desse grupo de produtos já diz muito sobre eles, são
nutricosméticos e não medicamentos. Melhoram a qualidade, embelezam, mas
não tratam.
Por
fim, é importante lembrar que a prescrição desses produtos também
depende da saúde do paciente como um todo. Por isso é importante que o
médico que cuida de problemas de saúde sérios como o clínico,
cardiologista, endocrinologista estejam sempre cientes de qualquer tipo
de suplemento ou medicamento que o paciente esteja usando. Se a
indicação do produto for feita via receituário de médico dermatologista,
nesse caso o dermato deve estar ciente de que problemas de saúde o
paciente tem antes de qualquer prescrição.
Postado há 1 hour ago por Dr Ademir Carvalho Leite Júnior - CRM SP: 92.693
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