A calvície apresenta comportamento clínico diferente nas mulheres e nos homens. No caso dos homens, a fisiopatogenia dessa condição é bem estabelecida. Um dos principais genes de risco já foi identificado, e a resposta ao tratamento correto é previsível. No caso das mulheres, não se sabe com segurança o que ocorre. Acredita-se que haja vários genes envolvidos nesse processo, mas ainda não foram identificados. Não se sabe o papel exato das alterações hormonais, mas, na maioria dos casos, o teor dos hormônios sexuais e dos androgênios no sangue é normal. A resposta ao tratamento em mulheres, também é variável, diferentemente do que ocorre com os homens.
Clinicamente, a mulher pode ou não apresentar queda excessiva de cabelos no início do quadro. A queda excessiva se segue a um período de afinamento progressivo dos fios da parte superior do couro cabeludo, o que vai deixando o couro cabeludo descoberto, exposto. O padrão clínico é diferente do dos homens e segue os padrões demonstrados na figura acima. Pode haver aumento de sensibilidade ou mesmo dor no couro cabeludo.
Em alguns casos, a pessoa acometida pela calvície pode ser a primeira a notar que o couro cabeludo fica mais exposto, especialmente quando se molha. É muito comum as pessoas mais próximas e os cabeleireiros comentarem que a pessoa está com "pouco cabelo", o que pode gerar um quadro de angústia e comprometimento da qualidade de vida e da autoestima.
Quanto mais cedo o diagnóstico for feito e o tratamento correto for instituído, melhor será a resposta clínica. No entanto, se a paciente não recebe orientação adequada à sua condição tão logo que a doença se manifeste, essa situação pode se prolongar por muitos anos. Com o tempo, a tendência é que as pacientes fiquem conformadas com o fato de não voltarem a ter cabelo naquela área e mudam o estilo de se pentear, para tentar encobrir o couro cabeludo visível na parte da frente, cortam o cabelo mais curto e usam produtos finalizadores que aumentem o volume.
Se você é mulher e se identifica com essa situação, procure imediatamente seu dermatologista. A orientação e o tratamento adequados trazem significativa melhora clínica, devolvendo-lhe a confiança e a segurança de que necessita.
Fonte: Dra. Fernanda Torres
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