A
alopecia areata ativa é caracterizada por uma área de perda de cabelo
anular disseminada. Observa-se uma área de couro cabeludo deprimida,
lisa, escorregadia ao toque e circundada por fios de cabelo que muitas
vezes incluem os cabelos “em ponto de exclamação” (ou seja, fios de
cabelo quebrados, medindo 3 a 4 mm de comprimento, em geral com uma
ponta expandida e um bulbo em telógeno). Esse tipo de cabelo nem sempre é
encontrado, porém é diagnóstico se estiver presente. Esses fios de
cabelo delineiam a margem de alopecia areata em disseminação ativa. As
placas de calvície geralmente afetam o couro cabeludo, mas também podem
envolver as sobrancelhas, cílios e pelos da barba, bem como os pelos do
corpo. É comum o crescimento voltar a ocorrer espontaneamente.
Esta
condição é extremamente imprevisível, por vezes oscilando sem nenhum
motivo aparente. Entretanto, surtos sazonais são observados entre muitos
pacientes. A placa inicial pode aumentar de tamanho ou placas
adicionais podem se desenvolver e confluir [Figura 5].
A condição pode evoluir para áreas irregulares de calvície. Nos casos
graves, os pacientes perdem todo o cabelo do couro cabeludo ou todos os
pelos corporais.
A
ofíase consiste em uma forma de alopecia areata crônica e difícil de
tratar, na qual uma faixa de calvície circunda o couro cabeludo,
frequentemente em torno da margem inferior. Esta lesão, que se estende
lentamente, com frequência persiste vários anos até que qualquer
crescimento volte a ocorrer. Em consequência, pode haver perda de cabelo
permanente em algumas áreas.
Talvez seja necessário examinar uma biópsia de couro cabeludo para confirmar o diagnóstico de alopecia areata.27
Figura 5. Placas circunscritas de perda de cabelo são observadas na alopecia areata.
Tratamento
O tratamento da alopecia areata depende do grau de severidade da doença.28
As placas pequenas de alopecia frequentemente se resolvem de modo
espontâneo. Quando o cabelo não volta a crescer, estas placas em geral
respondem ao uso tópico de corticosteroides de média ou alta potência,
ou à administração de injeções intralesionais de acetonida de
triancinolona (5 mg/mL).
Em
casos mais severos, pode ser tentada a administração intralesional de
corticosteroides. Contudo, esta abordagem pode ser inviável para
pacientes que apresentam perda capilar extensiva. A terapia tópica de
contato breve, diária, com aplicações de até 1 hora de creme de
antralina a 0,25 a 1% pode ser útil e é conveniente tanto para crianças
como para adultos. A terapia com psoraleno e ultravioleta A (PUVA)
também tem sido empregada com algum sucesso.
O
uso tópico de minoxidil a 5% pode ser experimentado com o intuito de
acelerar o recrescimento capilar e alongar os fios de cabelo já
existentes. O minoxidil não afeta o curso da doença, mas pode melhorar a
cobertura capilar. Este fármaco produz alguns efeitos colaterais e
muitas vezes é utilizado por crianças maiores. Entretanto, o FDA aprovou
seu uso apenas por pacientes com 18 anos de idade ou mais. Os
esteroides sistêmicos, embora sejam efetivos, apresentam potencial de
produzir efeitos colaterais e não previnem recidivas futuras. A
prednisona (20 a 40 mg/dia, de manhã e durante 1-2 meses, seguida de
afunilamento lento) é capaz de controlar a doença em adultos. Sempre que
possível, recomenda-se mudar para a terapia de dias alternados.
A
imunoterapia tópica com difenciprona, um composto químico
sensibilizador, tem sido adotada por alguns centros. Esta terapia
apresenta taxa de resposta comparável àquela dos corticosteroides
sistêmicos.29 O sucesso deste tratamento frequentemente exige
abordagem em clínica especializada. Há relatos de que a sulfassalazina
apresenta uma taxa de sucesso de 23% no tratamento de casos severos de
alopecia areata.30 Outros fármacos imunossupressores, como a
ciclosporina, têm sido usados em caráter experimental. Contudo, estas
terapias são arriscadas e caras, além de não terem sido aprovadas nos
Estados Unidos para uso em casos de alopecia areata.
Alopecia traumática
A
alopecia traumática pode ser causada por uma variedade de lesões
físicas ou químicas aos cabelos e ao couro cabeludo. Tais lesões podem
ser deliberadas ou acidentais, inflingidas pelo próprio paciente ou por
outras pessoas, bem como agudas ou repetitivas. A causa pode ser
evidente ou obscura.31 Entre as potenciais causas estão a
tricotilomania, tiques habituais, dermatoses com prurido, tração,
pressão e fricção, calor, irradiação e agentes químicos. Na maioria dos
casos de alopecia traumática, o tratamento consiste na remoção da causa
subjacente. As áreas de dano permanente podem requerer implante capilar.
Tricotilomania
A
tricotilomania é uma compulsão que leva o indivíduo a puxar o próprio
cabelo. Caracteriza-se por uma sensação de tensão aumentada antes e por
uma sensação de alívio depois da realização do ato de puxar o cabelo.
Atualmente, a tricotilomania é classificada como um distúrbio específico
do controle dos impulsos.31,32 É mais comum em crianças, nas
quais frequentemente é causada pela insegurança gerada pela rivalidade
entre irmãos, desatenção, divórcio dos pais, incapacidade de aprender ou
infelicidade/provocações na escola. Em adolescentes e adultos, a
tricotilomania pode ser acompanhada de distúrbios do humor, distúrbios
da ansiedade ou retardo mental, sendo frequentemente mais difícil de
tratar do que em crianças.
O
diagnóstico é estabelecido com base na existência de fios de cabelo
irregulares quebrados em placas localizadas no couro cabeludo [Figura 6].
Os cabelos apresentam comprimento irregular, porque foram quebrados em
momentos diferentes. O couro cabeludo em si continua normal.
Ocasionalmente, é necessário examinar biópsias para confirmar o
diagnóstico. O melhor tratamento consiste em explicar a causa e os
medicamentos ao paciente, sem confrontação. A reafirmação das garantias e
o conhecimento geralmente seguem um longo caminho no tratamento desta
condição. Nos casos mais difíceis, pode haver indicação para uma
consulta psiquiátrica.33 Se os tiques habituais e as ações de
balançar e bater na cabeça foram demonstrados como causas de perda de
cabelo traumática, tais comportamentos devem ser tratados.
Figura 6. Cabelos irregulares quebrados são encontrados na tricotilomania.
Outras causas de alopécia traumática
Dermatoses pruriginosas
As
dermatoses pruriginosas, como acne necrótica, foliculite, líquen
simples crônico, pediculose da cabeça, prurigo nodular, psoríase,
dermatite seborreica e escoriações neuróticas podem acarretar perda de
cabelo por escoriação. É preciso identificá-las e tratá-las.
Alopecia por tração e síndrome do afrouxamento anágeno
A
alopecia por tração pode ser aguda (causada pela avulsão acidental ou
deliberada do couro cabeludo) ou pode ser determinada por uma condição
familiar — a síndrome do afrouxamento anágeno. As causas comuns de
alopecia por tração são o excesso de escovação e penteação; o ato de
pentear os cabelos para trás e puxá-los formando tranças, coques e
rabos-de-cavalo; embaraçamento; e aplicação de bobes.31
A síndrome do afrouxamento anágeno costuma ser observada em crianças de cabelos claros, com 2 a 5 anos de idade.34
Esta condição frequentemente se manifesta como uma perda de cabelo
irregular, subsequente a um puxão de cabelo acidental. Neste caso, a
volta imediata do crescimento capilar constitui a regra. Quando o cabelo
é tratado com cuidado, a condição se torna assintomática. O diagnóstico
é estabelecido com base em resultados positivos de testes de tração de
cabelo, mostrando a existência de muitos fios de cabelo em fase anágena.
Alopecia causada por pressão e fricção
A
pressão prolongada sobre uma área localizada do couro cabeludo de
recém-nascidos imobilizados ou pacientes sob efeito de anestesia, em
coma ou com doença incapacitante pode resultar em isquemia com
consequente desenvolvimento de alopecia por pressão. O cabelo geralmente
volta a crescer com o passar do tempo, porém se o dano for severo, pode
haver perda de cabelo permanente e formação de cicatriz.31
Há relatos de alopecia causada pela fricção produzida durante massagens
vigorosas, contudo esta condição é facilmente remediável.
Alopecia causada por calor, radiação e substâncias químicas
O
calor excessivo produzido por banhos de óleo e de creme, escovas e
secagem com bobes constitui uma causa comum de perda de cabelo crônica.
Secadores de cabelo superaquecidos muitas vezes causam a expansão das
gotículas líquidas presentes na haste dos fios de cabelo molhados, com
consequente formação de bolhas capilares.35 Estes cabelos frágeis são causa frequente de dano folicular. A fonte de superaquecimento precisa ser identificada e eliminada.
A
dermatite por radiação pode acarretar perda de cabelo. A alopecia com
formação de cicatrizes permanentes ainda é observada em pacientes
submetidos ao tratamento excessivo com raios X para tínea de cabeça,
antes da disponibilização de agentes antifúngicos orais.
Muitas
substâncias químicas são capazes de provocar perda de cabelo. A lista
de compostos inclui as tinturas de cabelo, os umidificadores, os óleos e
cremes, os líquidos de permanente, os relaxantes e alisantes, os
modeladores, alguns xampus detergentes e catiônicos e a água salgada.36 Para descobrir estes casos, é necessário obter uma história detalhada sobre os cuidados e formas de embelezamento capilares.
Alopecia cicatricial
A
alopecia cicatricial resulta da formação de cicatrizes permanentes nos
folículos pilosos. Pode ser disseminada ou localizada, sendo por vezes
difícil identificá-la. As causas deste tipo de alopecia podem ser
primárias ou secundárias, incluindo condições hereditárias ou
congênitas, infecções, lesões, neoplasias e dermatoses [Tabela 4].37
Tabela 4. Causas de alopecia cicatricial40
Dermatoses
|
Penfigoide
cicatricial, dermatomiosite, foliculite descalvante, líquen
planopiloso, lúpus eritematoso, excoriações neuróticas, pseudopelada,
escleroderma
|
Distúrbios hereditários e congênitos
|
Aplasia cutânea, nevos epidérmicos, epidermólise bolhosa
|
Infecções
|
|
Bacterianas
|
Acne queloide, celulite dissecante, foliculite, sífilis
|
Fúngicas
|
Favo (tínea de cabeça), quérion, micetoma
|
Causadas por protozoários
|
Leishmaniose
|
Virais
|
Herpes zóster, catapora
|
Lesões
|
Queimaduras, traumatismo mecânico, radiodermatite
|
Neoplasias
|
Angiossarcoma, epitelioma de células basais, linfoma, melanoma, tumores metastáticos, carcinoma de células escamosas
|
Diagnóstico
Na
avaliação clínica, a formação de cicatriz é revelada pela ausência de
orifícios foliculares e pelo aspecto perolado ou de cicatriz da pele. A
cicatriz pode ser deprimida ou hipertrófica. Podem ser encontradas
lesões associadas, como foliculite, tampões foliculares, crostas e
telangiectasia, acompanhadas de fios de cabelo quebrados, torcidos ou
facilmente extraíveis. Outras lesões podem estar presentes na pele ou
nas membranas mucosas. Se a doença estiver ativa, talvez seja possível
estabelecer um diagnóstico específico. Em casos de doença inativa, a
causa inicial muitas vezes não é evidente.
Variantes clínicas
As
variantes comuns da alopecia cicatricial primária do couro cabeludo
incluem alopecia cicatricial centrífuga central, lúpus eritematoso
discoide, líquen planopiloso, foliculite descalvante e alopecia
cicatricial inespecífica (pseudopelada).38-40 As fases finais
destas condições são semelhantes, caracterizando-se pela ausência de
poros e por uma inflamação em áreas esbranquiçadas de cicatriz. Para
estabelecer um diagnóstico correto, o exame de uma biópsia inicial,
obtida a partir de uma área de doença ativa, pode revelar a patologia
identificadora. No estágio final de cicatrização, geralmente não é
possível identificar a causa original.
Alopecia cicatricial centrífuga central. Esta
condição frequentemente afeta mulheres afro-americanas de meia-idade,
mas pode ocorrer em mulheres de outras raças e em homens. A alopecia
cicatricial centrífuga central costuma ter início na área de vértice
central do couro cabeludo e estender-se gradualmente para a frente,
adquirindo os contornos da alopecia de padrão feminino. É destrutiva e
progressiva. Às vezes, é familiar; está se tornado mais comum. Pode ser
agravada por traumatismos físicos e químicos — daí o nome antigo de
alopecia do pente quente.
Lúpus eritematoso discoide. As
lesões do lúpus eritematoso discoide costumam ser pruriginosas no
início e levam ao desenvolvimento de eritema, escamação, telangiectasia,
espinhas foliculares e atrofia [Figura 7]. Ocorrem frequentemente ao nível central, em placas descobertas de cicatriz contendo uma borda inativa [ver Lúpus eritematoso sistêmico].
Figura
7. Cicatrização atrófica com eritema, escamação, telangiectasia e
espinhas foliculares são características do lúpus eritematoso discoide.
Líquen planopiloso.
A formação de cicatriz central caracteriza estas lesões. A condição
geralmente surge como placas brancas e descobertas que brotam umas das
outras, como se fossem pseudópodes. Observa-se uma proeminente
hiperceratose folicular em torno dos fios de cabelo terminais residuais
localizados nas bordas da lesão, podendo haver graus variáveis de
eritema, escamação e telangiectasia. Pode haver coceira.
Foliculite descalvante. Esta
condição é caracterizada pela existência de coleções de pústulas
foliculares, que circundam múltiplas áreas ovais ou redondas de alopecia
em processo de expansão lenta. Amplas áreas de pele podem ser afetadas.
A infecção secundária pode ser grave, com formação de crostas e saída
de líquido. Em alguns casos, esta condição se torna gradualmente menos
ativa e passa a se assemelhar a outras formas de alopecia cicatricial
crônica.
Alopecia cicatricial inespecífica (pseudopelada). A
maioria dos casos previamente classificados como pseudopelada
corresponde, na verdade, a casos de alopecia cicatricial inespecífica,
cuja causa inicial não foi estabelecida. Em geral, ocorre uma
disseminação insidiosa do processo de cicatrização, que aparentemente
não é inflamatória. Este processo muitas vezes envolve a coroa e ocorre
principalmente em mulheres de meia-idade. Pode representar o resultado
final de um líquen planopiloso ou, menos comumente, o lúpus eritematoso
discoide ou de outros distúrbios.
Caracteriza-se pela formação de áreas irregulares de alopecia, que
apresentam extensões igualmente irregulares. A pele afetada é lisa,
esbranquiçada e isenta de eritema, crostas ou poros — daí o termo
descritivo “pegadas na neve”. Seu curso é variável e pode durar alguns
anos ou várias décadas.
Os
casos originais foram descritos como uma entidade específica no final
do século XIX, tendo sido relatados como pseudopelada de Brocq. Este
epônimo raramente é utilizado nos dias atuais, exceto talvez na
descrição de uma pequena coorte de casos sem fase inflamatória, que
ocorre particularmente em crianças.
Tratamento
O
tratamento da alopecia cicatricial depende do nível de atividade da
doença subjacente. Alopecia cicatricial centrífuga central, lúpus
eritematoso discoide e líquen planopiloso podem responder ao uso tópico,
intralesional ou sistêmico de esteroides, à terapia oral com
cloroquina, ou a agentes imunossupressores, como o micofenolato de
mofetil ou a ciclosporina. O uso tópico de minoxidil é, às vezes, útil
para fazer os fios de cabelo sobreviventes voltarem a crescer, os quais
podem ser normais, distróficos ou estarem em fase de repouso. A
aplicação de uma solução a 2% ou 5% 2 vezes/dia deve ser experimentada
por no mínimo 1 ano, nas áreas cicatrizadas que apresentam alguns fios
de cabelo. A foliculite descalvante pode responder ao tratamento
prolongado com antibióticos, como a tetraciclina (500 mg/dia),
minociclina (100 mg), eritromicina (250 mg), ciprofloxacina (750 mg),
cefalexina (500 mg), sulfametoxazol- trimetoprim (potência regular) ou
rifampina (300 mg, com sulfametoxazol- trimetoprim de potência regular,
administrado 2 vezes/dia, durante um período mínimo de 3 meses). Quando
as condições tiverem se esgotado, tanto a redução do couro cabeludo
(isto é, remoção cirúrgica da área de calvície do couro cabeludo e
fortalecimento do couro cabeludo nas adjacências da áreas removida) como
o transplante capilar podem ser úteis.
Causas diversas de perda de cabelo
Conforme já mencionado, as causas menos comuns de perda de cabelo incluem as infecções (p. ex., tínea de cabeça),41
infestações, anormalidades envolvendo a haste do fio de cabelo,
condições hereditárias e congênitas, além de vários tipos de dermatose
envolvendo o couro cabeludo.
Nos Estados Unidos, atualmente, a tínea de cabeça é causada em grande parte pela espécie Trichophyton tonsurans, uma
endotrix que infecta a porção interna da haste do fio de cabelo. Esta
infecção torna a haste quebradiça e, como consequência, causa seu
rompimento durante a lavagem da pele, deixando um característico ponto
preto de cabelo [Figura 8].
O diagnóstico clínico depende da detecção destes pontos pretos nas
áreas irregulares de perda de cabelo. A remoção de um ponto preto com
auxílio de uma pequena lâmina de bisturi e sua dissolução em hidróxido
de potássio (KOH) devem revelar a presença de muitos esporos acumulados
dentro da haste do fio de cabelo afetado. A tinha de ectótrico produzida
por Microsporum canis e M. audouinii é
bem menos comum. Na maioria dos casos, é possível diagnosticá-la sob
luz de Wood ou por meio do achado de esporos fúngicos em torno da haste
do cabelo usando KOH. Os tratamentos antifúngicos orais apropriados são:
griseofulvina, itraconazol, terbinafina e fluconazol.
Figura
8. Na tínea de endotrix de cabeça, os pontos pretos representam fios de
cabelo quebradiços infectados, que se romperam durante a lavagem do
couro cabelo.
A sífilis secundária pode causar um tipo de alopecia difusa de aparência corroída, pouco descrito [Figura 9]. Para estes casos, indica-se a realização de testes sorológicos para sífilis de rotina.
Figura 9. Foto mostrando a alopecia conhecida como difusa corroída, caracteristicamente irregular, causada pela sífilis.
Os
piolhos de couro cabeludo devem ser sempre procurados em casos de perda
de cabelo acompanhada de prurido. Os piolhos tendem mais a ser
encontrados em torno e atrás das orelhas, bem como na nuca. É possível
que também haja linfadenopatia. O paciente pode ser tratado à base de
xampu de permetrina ou malation a 0,5%. Comprimidos de ivermectina podem
ser úteis em casos de resistência.
As
anormalidades de haste de cabelo frequentemente se manifestam como fios
de cabelo quebrados. As anormalidades estruturais envolvendo a haste do
cabelo incluem fraturas, irregularidades, enrolamento e torção, bem
como matéria estranha.42,43 Tais anomalias muitas vezes podem ser diagnosticadas por microscopia óptica.
Existem muitos tipos distintos de perda de cabelo congênita e hereditária.44
Esses tipos incluem a hipotricose congênita com ou sem defeitos
associados, alopecia triangular congênita e muitas displasias
ectodérmicas que afetam o cabelo, os dentes, as unhas e as glândulas
sudoríparas. Uma das principais formas de hipotricose congênita é a
síndrome de Marie-Unna, que afeta famílias grandes possuidoras de um
gene dominante.45 As formas minoritárias de hipotricose podem
acometer pacientes que apresentam outras síndromes hereditárias e
anomalias cromossômicas. Na maioria destas condições, uma redução dos
folículos pilosos é responsável pela perda de cabelo. Alguns pacientes
têm fios de cabelo sobreviventes que frequentemente se encontram em fase
telógena, podendo ser beneficiados pelo uso tópico de minoxidil.
O autor é consultor e membro das agências de conferencistas da Pharmacia & Upjohn, Merck & Co., Inc. e GlaxoSmithKline.
Os
anticoncepcionais orais e agentes antiandrogênios discutidos neste
capítulo não tiveram o uso aprovado pelo FDA para o tratamento da
alopecia androgenética. O minoxidil tópico, discutido neste capítulo,
não foi aprovado pelo FDA para uso no tratamento do eflúvio telógeno
crônico e da alopecia cicatricial. A difenciprona, a sulfassalazina e a
ciclosporina, discutidas neste capítulo, também não foram aprovadas pelo
FDA para uso no tratamento da alopecia areata. Por fim, a rifampina,
aqui discutida, não teve o uso aprovado pelo FDA para tratamento da
foliculite descalvante.
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