Há
tempos tenho intenção de escrever um post sobre a importância do exame
de sangue para o paciente que vem em busca de um diagnóstico/tratamento
para a queda capilar.
No meu entendimento, quanto mais estudo e atendo, mais percebo o quanto
esse exame é precioso para que eu possa ajudar meus pacientes.
Infelizmente, muita gente pensa que exame de sangue é tudo igual. Que quando um médico pede um check-up
sanguíneo, normalmente pediu tudo aquilo que poderia interessar a todas
as especialidades. Esse erro comum faz com que alguns pacientes que vem
em consulta comentem sempre que seus clínicos, cardiologistas,
ginecologistas ou endocrinologistas pediram exames recentemente. Logo, a
necessidade de um novo exame poderia também ser descartada. Ainda mais
se o exame estava com suas dosagens dentro da normalidade.
O fato é que cada especialidade costuma ter seus interesses próprios no
exame de sangue, e o que serve para um cardiologista muitas vezes não é
tão relevante para um ginecologista ou vice-versa. Salvo quando são
dosagens como colesterol, glicemia, o próprio hemograma completo, que
acabam interessando a praticamente todas as especialidades.
No caso do paciente que vem em busca de uma ajuda para problemas de
queda de cabelos, o que é mais frequente fazer é uma solicitação
relativamente ampla, e que, para quem olha poderá parecer até um check-up multi especialidades.
Tudo porque, nos interessa saber sobre alguns compostos que são
solicitados pelo cardiologista, pelo endocrinologista, pelo nutrólogo,
pelo ginecologista, pelo urologista, além dos interesses por dosagens de
elementos sanguíneos do interesse da própria dermatologia.
E é por isso que nem sempre o exame de sangue pedido por um
cardiologista ou por um endocrinologista é suficiente para nos atender
quando pesquisamos queda de cabelos. É claro que encontraremos elementos
dosados neles que vão nos interessar, mas ainda faltarão outros que
terão de ser solicitados.
A questão temporal é fundamental. Exames de sangue dosam a concentração
de elementos no sangue que expressam o momento de vida do paciente.
Aquele dia, semana, até mesmo o mês. Exames que foram realizados há mais
de dois meses só tem relevância dentro do entendimento evolutivo do
paciente. Ou seja, se estivermos acompanhando a evolução do tratamento
do paciente e, através da comparação de exames anteriores com exames
atuais, queiramos saber se a proposta de tratamento utilizada está sendo
eficiente.
Tenho ainda em mente que o paciente deve dar ao exame o valor
complementar que ele tem ao quadro clínico. Exames complementares são
chamados assim porque complementam, mas não necessariamente são mais
importantes do que o paciente que trás uma queixa ao médico. De uns
tempos para cá observo cada vez mais pacientes que se preocupam mais com
seus exames do que com o seu quadro de saúde em si. Ou pacientes que
querem tratar os exames e não a si mesmos.
Cabe ao médico, dar ao exame o real valor que ele tem, e ao paciente
entender que seu quadro clínico, aquilo que é a sua queixa, o problema
que o trouxe à consulta, é e sempre será mais importante para o médico.
Até porque, é através da queixa do paciente que o médico consegue
direcionar o caminho que irá leva-lo ao diagnóstico, inclusive, pedindo
os exames certos para ajuda-lo no melhor entendimento da queixa do
paciente.
Eu, de minha parte, posso dizer que o exame de sangue de pacientes com
queda de cabelos é algo que me ajuda a excluir causas ou incluir fatores
que podem estar sendo causas principais ou secundárias da queda de
cabelos. Por isso, para todos os pacientes que vem em consulta pela
primeira vez, e até mesmo no acompanhamento periódico, entendo que os
exames de sangue são essenciais na prática médica da tricologia.
Postado há 53 minutes ago por Dr Ademir Carvalho Leite Júnior - CRM SP: 92.693
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